Raio X: Lobo

O Flagelo da Galáxia. O Maioral. O Ultimo Czarniano(ou não). O protetor dos Golfinhos Espaciais… Sim, meus caros, já estava na hora de adentrar no maravilhoso universo DC. Na verdade, meter o pé na porta e soco na cara com Lobo, o maior caçador de recompensas do Multiverso. Lobo é o arquétipo e Caotic/Evil por excelência. É sanguinolento. Mau. Contraditório. O objetivo do Raio-X é buscar novos parâmetros para interpretação, e a primeira vista o Maioral pode parecer um clichê. Mas tente administrar um grupo onde existe um personagem instável e que não obedece nenhuma lei ou convenção social. Além do que, RPG não é só desafio, também é divertimento. E não consigo pensar em nada mais divertido do que arrancar cabeças com as mãos e usá-las de cinzeiro pro meu charuto.

Lobo nasceu há 400 anos no planeta Czárnia. Seu nome deriva de um dialeto Khúndio, que significa “aquele que arranca suas tripas e gargalha de alegria com isso”. Esse planeta era um modelo de paz na galáxia. Não havia guerras, todos os habitantes viviam em plena harmonia, e até a morte era apenas uma opção, já que todos eram praticamente imortais, viviam centenas de anos e ainda tinham a capacidade natural dos czarnianos de criarem clones com uma simples gota de sangue.

Como uma maldição ou um jogo do destino, Lobo nasceu totalmente diferente de seus compatriotas. Mal nasceu, já arrancou os dedos da parteira e assassinou seus médicos. Incontrolável e indestrutível como todo czarniano, até os 18 anos praticou todo tipo de vandalismo e assassinatos em Czárnia. A História dos czarnianos e seu planeta se encerrou quando Lobo criou um enxame de microscópicos escorpiões voadores, que extinguiram toda a vida no planeta. Lobo tornou-se então o último czarniano vivo.

Curiosamente, Lobo adora uma espécie de golfinhos espacias (So long and thanks for all the fish), aos quais alimenta, dedica pinturas, esculturas, etc.

O bom de personagens imprevisíveis e “badass” é que eles se aplicam a qualquer cenário. Um zumbi-killer desse naipe provavelmente daria um tiro no gordinho do grupo por ele atrasar os demais. Dois segundos depois atiraria no mais forte simplesmente por não ir com a cara dele.

Um cenário Império Romano ficaria interessante com um “bárbaro do Norte, um beberrão que não mistura água no vinho, e que dizem uma vez, ter aceitado um trabalho de mercenário, para assassinar um rico Senador. Antes de morrer, o Senador ofereceu o dobro para que ele invertesse o “serviço”. O Bárbaro respondeu ‘Aceito. Eu sempre cumpro o contrato’. Então ele matou o Senador, e voltou para receber sua recompensa. ‘Sabe senhor, ele me ofereceu o dobro pela sua cabeça. E eu sempre cumpro o contrato’. Hoje ele usa as duas cabeças como canecas no bar.”

Para que esse sadismo funcione, ele deve ser equilibrado com bom-humor: Não é pra “forçar a barra”, mas sim pra transformar situações quotidianas em verdadeiras confusões. Se você tem dificuldade de visualizar isso, eu recomendo que assista “The Goodfellas”, e observe o personagem de Joe Pesci. Uma imagem as vezes fala mais do que mil palavras.