Nova Coluna Raio-X

Minha relação com RPG, há 10 anos, começou de forma pouco habitual. Comecei com GURPS, agreguei Storiteller e 3d&t bem posteriormente. Dungeons & Dragons é algo recente, ainda em desenvolvimento. Juntando isso a minha experiência com Teatro, uma das coisas que sempre me preocuparam foi construção de personagem. O equilíbrio dos 40 pontos de desvantagem de GURPS, as peculiaridades únicas, ou a Humanidade de meu Tremere influía diretamente no meu modo de jogar e mestrar.

Role Playing Game não existe sem REPRESENTAÇÂO, sem a construção de um OUTRO que não VOCÊ, sem incorporação e plausividade de personagem. Existem mestres (infelizmente, nem sempre os menos experientes) que só prezam pelo combate numa aventura, mas sabemos que um bom equilíbrio entre as relações sociais, dilemas e jogos mentais com o calor do combate pode ser decisivo para a manutenção de um grupo de RPG.

Muitas vezes essa construção depende de inspiração, e referências. E é esta a proposta da coluna Raios-X: Trazer análises e sugestões de personalidades para seu personagem, NPC, vilão ou taverneiro! E de onde tirar essas referências? Por que não um tipo de mídia consolidado, que se renova e atualiza a cada dia, mas que mantém suas linhas gerais estáveis e está na cultura popular. Por que não QUADRINHOS?

Qual o hiato que separa o Capitão América de um Paladino de uma divindade da Justiça, ou Scott Pilgrim de seu personagem de aventura sobrenatural? Não seria muito mais interessantes se, ao invés de uma caveira encapuzada, seus jogadores encontrassem uma Morte bela e despojada, como a de Sandman?  E que vilão é mais interessante vencer: Um grupo de Orc’s ou uma versão Bizarra de seu personagem? Como representar um personagem que como a Vampira dos X-Men, não pode tocar em alguém, seja por maldição, seja por outro motivo? O objetivo dessa coluna não é listar habilidades, magias e talentos para se criar clones destes personagens. É enriquecer o universo de jogo na parte de representação.

7 comentários em “Nova Coluna Raio-X

  1. Ótimo tema para uma série de post…

    Concordo plenamente na necessidade de dosagens certas de atuação (representação) e atividade (pancadaria). Senão poderíamos trocar o nome RPG por qualquer outra coisa. Minha história de vida no RPG é muito pareceida com a tua. Comecei também no GURPS e migrei para Vampiro (muitos lives), sistema CODA (Senhor dos Anéis) e D&D. Mas sempre tive a sorte de estar em grupos onde a interpretação eram o elemento central de toda a seção e, por que não dizer, de toda a trama. Muitas vezes o combate passou a ser um mero quadjuvante.

    Em tempos de D&D 4ª edição temos de fortalecer a alma do RPG!

    Ficarei de olho nos posts do Raio X e comentarei na Confraria conforme eles forem saindo por aqui!

    Abraço!
    .-= João Brasil´s last blog ..Cinema =-.

    1. Bom saber. Pensei que eu era o único maluco que começou c/ GURPS. E ainda colega de profisão? Seja sempre bem vindo, e espero atender as expectativas.

  2. rsrsrsrsrs…. parece que todo mundo começou com gurps….rsrsrsrsrs….eu tbm …depois veio3d&t….e entao vampire……… d&d foi o último!!!……aliás …gostei muito da idéia do post….sério…..tem jogador que reclama muito de inspiração pra fazer pj……
    vlw….

  3. Eu não sei dizer com qual exatamente comecei, mas GURPS estava lá!

    Concordo que precisa ter interpretação e irei acompanhar a coluna com prazer!

  4. Por uma série de motivos eu não curto muito esses quadrinhos industriais da MARVEL e da DC, mas eu concordo que há coisas neles que podem ajudar, e muito, os mestres que estão estagnados. O problema é que a maioria deles, justamente por privilegiar os combates, esquece que um terror psicológico ou a necessidade de uma decisão rápida também podem trazer divertimento para a mesa…
    Para mim, como mestre, o que mais ajuda é ler regularmente os sites afiliados do RPG.Blogs. Lá eu leio muita crônica e posts que me enchem de idéias. Meus grupos de jogo estão adorando as minhas campanhas depois que comecei a acompanhar esses BLOGS.

    Jogadores e mestres de RPG que não ligam para a interpretação não sabem o que estão perdendo.

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